11/01/15

... na história da cozinha ...


... retomar este espaço é como dizer que o caminho faz-se caminhando e que "enquanto houver estrada para andar...". foi tempo de pausa, agora é tempo de ter força. forças. a vontade sempre cá andou. agora é a força. as forças. nunca tive um desafio assim. sempre estive ligado a um mundo mais do pensamento. em que a labuta é feita por confronto de ideias. de olhares sobre o mundo e sobre as coisas. agora, o tempo preciso é mesmo esse. do fazer. mas queria partir para esse tempo do "fazer" com uma reflexão. peguei na fome. fiz um ensaio. devia ser sobre a história da cozinha. foi mesmo isso. mas do outro lado. de como nós, seres humanos, ao longo da história fomos definindo a dimensão da fome. e com isto pensei mais ainda. nesta coisa que é cozinhar. e no que hoje temos. voltei várias vezes ao pensamento de uma necessidade de "back to the basic". mas não no sentido literal. no sentido que retirei às "leis" do design: keep it simple. ter essa ideia é importante. é o ponto de partida para retomar tudo isto. porque, há momentos, quase com a inocência das crianças que descobrem o mundo, em que se quer correr sem ainda saber bem como andar. mas obriguei-me a isso mesmo. a repetir, primeiro, várias vezes, vezes sem fim, as técnicas aprendidas. não se pode criar sem primeiro refazer o aprendido. dominar a técnica. saber o que se faz e conseguir fazer tudo isso vezes sem conta. e depois, sim, criar. trazer para um sabor a memória, o que somos, o que queremos e o que sonhamos. colocar tudo nisso num prato, em vários, num toque ou num apontamento que faça a diferença. copiar será sempre algo a que vou fugir. ter uma ideia diferente. conjugar coisas. depois de ter aprendido as bases. acho que esse é mesmo o maior desafio e onde residem os detalhes que fazem a diferença. em cozinha não se pode descurar as coisas simples, óbvias, as técnicas básicas. nelas tudo assenta. e saber como as utilizar e quando faz toda a diferença. a criação vem, depois. construída sobre isso. fundamentada nisso. nessas coisas simples que dão sustento. que suportam tudo o resto que é risco. que é identidade do criador. daquele que está a pensar e a fazer. são coisas que não se podem separar. o básico e a criação. o pensar e o fazer. e aqui voltarei, sempre que possível, para partilhar as coisas vividas e, quem sabe, uns sabores para experimentar...

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