27/11/14

... confeccionar ideias ...


... somos feitos de hábitos e de ideias. e cozinhar é como criar um "momento" de jazz. gosto de aulas onde oiço isto. jazz. sim, ouvido. teria escolhido esta se fosse por "discos pedidos". sou mais blues. mas isso é estado de alma. "e nada há pior do que um mau músico de jazz". é que "ler" uma receita é como ler uma partitura. mas depois há tudo o resto. as mãos de quem cria. de quem traduz o que está ali acessível a qualquer um mas que alguns tornam real de forma mais encantadora do que outros. é bom quando uma aula é assim. pensar para além do óbvio. questionar. ser um desafio que obriga seguir o pensamento. um risco. não arriscada, mas num risco. num traço de pensamento. e isto também é aprender cozinha. pensar nisto. nisso tudo. no hábito que nos faz. nas rotinas. naquele prato que todos nos lembramos tanto ou mais do que aquele um dia experimentámos por ser "diferente" de todos os outros. somos feitos disto. e nós que estamos a aprender a cozinhar temos que pensar nisto. se somos miles davis ou chet backer. ou se somos músicos de orquestra. tenho um amigo na casa da música que fala muito disto. dessa coisa do ser músico. é difícil quebrar a ordem. tanto como é seguir os outros. é uma questão de perfil. ou de desejo de criar. ou de segurança. ou de saber. penso sempre no que um dia um mestre ensinou. só poderás criar quando tiveres aprendido muito mais do que achas que queres saber. e comigo foi assim, mesmo. e penso que será assim também nesta coisa do cozinhar com história e histórias. podemos ser músicos de orquestra, a solo ou de jazz. na cozinha também é assim. é tudo uma questão antiga, para além do simples acto de cozinhar. é uma definição pessoal. de personalidade. de felicidade. quem somos está sempre espelhado no que fazemos e como fazemos. mas só não podemos ser o "mau músico de jazz". e isso foi o maior recado aprendido até agora nesta aventura...

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