18/01/15

... cansaço em sabor ...


... às vezes penso que é muito. que o corpo não resiste. não pode, não consegue, já não tem essa força. mas depois de ultrapassado o primeiro tempo de regresso reparo que há no tempo vivido algo muito importante. a marca do trabalho, de saber gerir o cansaço, de saber como fazer para aguentar tudo está cá gravada como saber aprendido. ajuda muito. porque é preciso saber gerir o esforço. e uma coisa certa é que o cansaço traz o erro. é aqui que a experiência tem um valor incalculável. nisso e na gestão do inesperado. a calma é resultado da ponderação. de antecipar. a cozinha é o lugar por excelência da organização e antecipação. percebi isso. sei isso. gosto muito disso. se juntar tudo isso ao sabor, ao desejo de criar uma experiência, sabemos que não é a vida que pode travar alguém de experimentar ir para a cozinha em moldes mais profissionais. antes pelo contrário. todos os saberes são precisos. e as experiências. é isso que é colocado ao serviço. no serviço. este tempo de regresso tem sido muito rico. as conversas que se vão tendo com os chefes mudaram. são ricas, curiosas, abertas. permitem trocar ideias. formas de fazer. permitem aprender. mudou. a dimensão também, e a exigência. e ainda bem. ser exigente é um dever. e um direito. porque permite evoluir. crescer. e quando se pede mais, mesmo com o cansaço a espreitar, sabemos que estamos mais perto de conseguir. esta é uma viagem a ser feita. e com cada dia tenho aprendido muito mais. é preciso pensar que tudo tem que começar do zero. mas algumas coisas, as que o corpo aprendeu, ajudam muito. cada vez mais. restam o sabores. mas isso fica para depois...

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