28/07/14

... nada se faz sem uma sopa...

... ainda me lembro de quando fiz a minha primeira sopa. foi exactamente esta. esta não, uma igual. igual, não. pior. foi uma experiência com o que tinha por perto. e as coisas foram ganhando sabores novos. como a vida. que é feita de tantas misturas...

esta sopa nasce de um poema. 

só para mim
(luis miguel nava)

«queria ter o sol só para mim, tê-lo de forma a dele poder de vez em quando ceder parte apenas a um dos meus mais íntimos amigos.»


sopa dos amigos
... ingredientes (2 px)
30 minutos + 15 minutos
2 batatas médias
1 cebola pequena
meio nabo pequeno
um alho
uma cenoura média
abóbora, um pedaço
espinafre fresco
grão cozido

receita: fazer uma base com a batata, a cebola, o nabo, o alho, a cenoura e a abóbora. juntar a água. sal qb. um fio de azeite. deixar cozer lentamente uns trinta minutos. desfazer até ficar em creme. juntar o espinafre em folha fresco e o grão. a gosto de quantidade. cozer por quinze minutos. servir quente.

...uma sopa nunca é só uma sopa. é a abertura do sol na mesa. é o ganho do paladar. a pausa que trava o correr dos dias. é o instante em que nos instalamos. em que ficamos na mesa. em que sabemos que o banquete nos espera. é o espaço do sonho. o lugar do conforto. e sempre vi assim a sopa. esse pedaço de conforto que, à mesa, entregamos aos nossos mais íntimos amigos. como o sol. e esta sopa é mesmo como o sol numa floresta perdida numa encosta qualquer. conforta-nos. abre o momento para o que nos possa esperar. uma conversa. uma gargalhada. ou uma confissão. é um momento de conforto. de reconforto. deve ser comida lentamente. sem pressa. e nada mais...

1 comentário:

Unknown disse...

Gosto!
Gosto do blog, dos textos, das sugestões.
Parabéns! Vou recomendar leitura
Mary www.bandagastricamente.blogspot.com