12/11/14

... das coisas soltas ...


... no meu tempo as coisas tinham um nome. temperamento. e gosto tanto desta palavra. cada professor, cada chefe, com o seu temperamento. eu sei, já não se usa. já ninguém fala assim. mas dei por mim a pensar que tinha escolhido enveredar por esta aventura da cozinha para poder ter uma aventura onde as pessoas ficassem mais fora da equação. nunca fui muito bom com pessoas. e no entanto, sempre estive rodeado delas. queria "falar" com as coisas. pelas coisas. pelo que comemos e como comemos. sem ser preciso falar. gosto desta ideia. não sei a razão pela qual gosto, mas gosto mesmo. sou, por natureza, uma pessoa muito observadora. não gosto de fazer ou estar sem antes ver. e aprender os truques com alguém que faz as coisas há muito tempo é sempre ter essa capacidade. de ver. há, nisto do cozinhar, uma pressa de todos de correr para a prática. nisso sou ao contrário. não gosto de fazer por fazer. quero ver como se faz. e depois de perceber, tentar. repetir vezes sem conta até acertar. sempre foi assim em tudo. e isto faz-me regressar aos tantos que me ensinam nestas primeiras 5 semanas que já passaram. todos eles ensinam alguma coisa só por serem como são. por ensinarem como ensinam. cada um de sua forma. com o seu modo. e isso é algo que aprendi já. se o "amor" pela escola é imenso, a identidade de cada um é uma lição. para nós que estamos do lado de quem aprende. porque isso será o nosso dia a dia numa aventura destas. quando não estivermos num grupo que agora se começa a conhecer. lidar com o outro. os outros. muitos outros. e parece que não, mas isso, essa forma, esse tempero, esses temperamentos são a maior lição de todas. gosto disso. isso e fazer cortes de batata e caramelos por acaso... 

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