01/03/15

... tanta coisa na cozinha ...


... foi um regresso intenso. novos "chef's". novos desafios. da mais improvável das pessoas, a frase que ficou presa na memória destes dias: "daqui a dois semestres passam de alunos a nossos colegas. já pensaram nisso?". não é bem assim, mas muda a perspectiva das coisas. indica o caminho do respeito. e do que é preciso fazer. apostar nessa relação e no fazer. fazer sempre bem. aprender, sempre mais. motiva, determina. ensina. ensinar é o mais nobre os actos. é esperar a superação. do outro. que seja melhor do que quem ensina. na cozinha isso tem um peso fundamental. mudam as regras e ainda bem. todos terão que trabalhar com todos. muda tudo. perdem-se hábitos. ganham-se partilhas. a vida fora daquele espaço confinado à ajuda entre colegas é assim. mais bruta. em constante mudança. isso é preparar para a vida. e depois, depois deste confronto com o desafio de recomeçar, o aprender com a sabedoria de um chefe que tem tudo para ser das pessoas que mais gostei de conhecer neste caminho. num momento de dimensão maior, a serenidade, a sabedoria, a experiência e a calma, junto com a confiança depositada faz sentir que um mestre é sempre aquele que dá tudo o que tem a quem o olha e escuta para aprender. isto, acompanhado de um colega/amigo a quem, em tudo respeitamos e sem muitas coisas sabemos que podemos confiar e com um ambiente de trabalho/aprendizagem fantástico fizeram da experiência de falar com o público em grande massa uma das coisa que guardarei como fantásticas neste percurso de aventura. é, para quem cozinha, tão importante o acto de cozinhar, como o acto de escutar e saber o que é "sentido" e "vivido" por quem degusta aquilo que é feito pelas mãos que criam qualquer coisa no desejo de surpreender e satisfazer. importante porque é o sentido último, único e fundamental do trabalho feito, muitas vezes, em isolamento ou entre iguais. foi, uma semana, imensa. que terminou com chocolate. do verdadeiro. amêndoas. das "verdadeiras" e das "imemoriais". as coisas, que surgem do tempo contínuo neste espaço de tempo que temos para cá andar, surgem com um sabor ancestral que não tem igual. e estamos a perder isso. guardar tudo isto é uma obrigação de quem quer cozinhar a sério. se é bom inovar, melhor é conservar o que faz parte da memória de uma identidade culinária. a essência das coisas. talvez seja defeito. mas é nessa essência que quero que esteja a minha marca quando cozinho...

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